quinta-feira, 10 de julho de 2025

O "Milagre do Campo Branco".

O "Milagre do Campo Branco" em Castro Verde refere-se à beleza cênica e à biodiversidade da região, especialmente durante a primavera, quando as planícies se cobrem de flores e aves migratórias. Além disso, o local está associado à Batalha de Ourique e à Fonte dos Milagres, elementos históricos e culturais que enriquecem a experiência da visita. 

O que é o Milagre do Campo Branco:

O termo descreve a paisagem vibrante e colorida das planícies de Castro Verde, com destaque para a concentração de aves e a flora diversificada, especialmente na primavera.

A área é palco da lendária Batalha de Ourique, um evento crucial na história de Portugal.

A região abriga a Fonte dos Milagres, um local de significado histórico e cultural, onde a história e a crença se entrelaçam. 

O que fazer em Castro Verde:

A região é um paraíso para observadores de aves, com a presença de espécies raras e migratórias. 

O Centro de Cycling de Castro Verde oferece percursos de gravel que permitem explorar a área de bicicleta, com opções que se conectam com municípios vizinhos. 

Explore os sabores da região, incluindo o borrego do Campo Branco e pratos tradicionais como folhados de gila, queijadas de requeijão e popias. 



 Descubra a Fonte dos Milagres e outros locais de interesse histórico e cultural, desfrutando da paisagem natural. 

O Milagre do Campo Branco, portanto, é uma experiência que combina beleza natural, história e cultura, convidando os visitantes a explorar as planícies de Castro Verde e suas riquezas. 

Fotografias Zito Colaço

As planícies douradas do "Alentejo Encantado"

As planícies douradas do Alentejo, frequentemente descritas como "encantadas", são uma característica marcante da paisagem alentejana. Elas estendem-se por vastas áreas, oferecendo cenários de beleza natural e serenidade, salpicadas por sobreiros e oliveiras. Esta região, conhecida como o "celeiro de Portugal", encanta os visitantes com suas cores vibrantes em diferentes épocas do ano. 

As planícies parecem se estender até o horizonte, criando uma sensação de amplitude e liberdade.

No verão, o dourado predomina, refletindo o calor e a secura da região. No inverno, o verde assume o controle, e na primavera, as flores colorem a paisagem. 

Sobreiros e oliveiras centenárias pontilham a paisagem, adicionando um toque de história e rusticidade. 

A vasta paisagem e a tranquilidade do local proporcionam uma sensação de paz e bem-estar.


O termo "Alentejo Encantado" refere-se à região como um todo, destacando a sua beleza natural e a experiência única que oferece. 

O festival "Alentejo Encantado" organizado pela Associação de Municípios do Alentejo Central (AMCAL) busca preservar e promover as tradições e a beleza natural da região. 


 

O Alentejo oferece diversas atrações, desde vinícolas premiadas até vilas medievais e o Lago Alqueva, tornando-o um destino inesquecível. 

 Em resumo, as planícies douradas do Alentejo são uma parte essencial da identidade da região, contribuindo para a sua fama de "Alentejo Encantado" e atraindo visitantes em busca de paisagens deslumbrantes e experiências autênticas.


Fotografias Zito Colaço 

quarta-feira, 9 de julho de 2025

Árvore, amor e família


A árvore é frequentemente usada como metáfora para a família, simbolizando suas raízes, crescimento e laços de amor. A ideia de uma árvore genealógica, com suas raízes, tronco e galhos, representa as conexões entre diferentes gerações de uma família, mostrando como todos estão interligados. Além disso, a família é vista como um jardim onde o amor é plantado, cultivado e floresce, gerando frutos de alegria e união. 


Significado da Árvore:

Raízes: Representam os antepassados, a história e as origens da família. 
Tronco: Simboliza a força e a base da família, que sustenta todos os membros. 
Galhos: Representam os membros da família, com suas individualidades e crescimento. 
Folhas: Podem ser vistas como as experiências e momentos compartilhados pela família ao longo do tempo. 
Flores e frutos: Simbolizam a alegria, o amor e os resultados positivos que a família colhe com seus laços fortes.  


A Família como Árvore de Amor:
A família é frequentemente descrita como uma árvore de amor, onde cada membro contribui para o crescimento e bem-estar do todo. O amor é a força que une a família, assim como a seiva que alimenta a árvore. Cuidar da família, assim como se cuida de uma árvore, envolve atenção, dedicação e cultivo mútuo.

 Fotografias Zito Colaço

sexta-feira, 25 de abril de 2025

quarta-feira, 19 de março de 2025

"Cantos e recantos".


Este território faz a transição do Algarve para o Alentejo, da serra para a planície. Desde tempos idos transeuntes trilharam antigos caminhos por vales e montes, entre montados e pousios. O convite à introspeção e contemplação da natureza seguem de braço dado. Ouvir o canto do melro, um cuco, avistar uma águia ou uma perdiz pode acontecer a qualquer momento, uma descoberta constante a acontecer na tranquilidade dos campos.


Chegados à ribeira do Vascão, junto a um moinho de água, passamos uma ponte pedonal e entramos no Alentejo. O Vascão surge-nos como um sítio com pegos aprazíveis e uma biodiversidade assinalável, que se torna convidativo a uma pausa e a retemperar forças para se tornar ao caminho.


Depois passa-se por Monte Branco na direção de um dos pontos marcantes do percurso, a Igreja Matriz de Santa Cruz. Aqui constamos a presença da Ordem de Santiago, visível nos símbolos do pórtico manuelino, nos fechos da abóbada da capela-mor e nos lavados da sacristia. A igreja fica fora da aldeia, está ladeado pela pequena capela da Senhora da Lapa, onde outrora acorriam os que padeciam de dores de cabeça. Também nas imediações deparamos com as ruinas da capela de S. Bento. Este era certamente sítio de romarias, de devoção, e de passagem de peregrinos.


Continuamos a trilhar caminhos que atestam a importância da Ordem de santiago por estas paragens, o sítio da “Dorte” (da Ordem), a sucessiva toponímica onomástica medieval, transportam-nos para o povoamento e cenários de outros tempos.

Em Almodôvar avistamos uma ponte medieval e entramos pela mítica E.N. 2 em direção ao centro. O Mercado Municipal apresenta painéis de azulejos do artista Jorge Colaço, encontramos a igreja matriz com a heráldica da Ordem de Santiago no pórtico. Por perto fica a Praça da República onde temos os antigos Paços do Concelho, agora museu dedicado à obra de Severo Portela, ilustre pintor que tem obra por todo o país. Logo ali, a igreja da misericórdia, uma janela manuelina, ao fundo o Convento de Nossa Senhora da Conceição, antiga escola teológica franciscana. A igreja ostenta um órgão de tubos com motivos orientais e altares de talha dourada, que nos impelem a passar por lá.

Um dos pontos de visita obrigatória é o Museu da Escrita do Sudoeste, dedicado à escrita mais antiga da Península Ibérica, enigmática grafia com mais de 2500 anos. Fica mesmo ao lado torre do relógio e no percurso dos Caminhos de Santiago.




Depois ruma-se a norte, passando pela antiga estrada de Ourique, em que os montados e os rebanhos de ovelhas preenchem o horizonte até à aldeia do Rosário, onde na igreja paroquial, entre as várias pinturas murais, surge a imagem de Santiago Mata-Mouros.

Um percurso recomendado, que nos transporta numa simbiose harmoniosa entre a natureza e o património, que chama por todos os que procuram desfrutar do tempo e do espaço.

Fotografia Zito Colaço

segunda-feira, 28 de outubro de 2024

terça-feira, 18 de junho de 2024

ÁRVORES DO AMOR - MATA DOS MEDOS - COSTA DE CAPARICA



 ÁRVORES DO AMOR

Grandes, pequenas, formosas, circunspectas, imponentes ou frágeis. Dão, sem pedir nada. E são, simplesmente. Respiram, respiram-nos e fazem respirar. Amam, amam-nos e fazem-nos amar. Conta-se que um jovem cavaleiro cansado de travar batalhas infindáveis e de desfecho previsível refugiava-se na floresta. As árvores ouviam-no pacientemente e um dia decidiram falar-lhe. Amai-vos uns aos Outros Como Nós Vos Amamos. Tomado de assalto pela revelação, o cavaleiro decidiu ali mesmo abandonar a carreira militar e dedicar-se a uma vida nova de aprendizagem com aquelas árvores sagradas. Estamos certos de que todos teremos muito a aprender com o mistério das Árvores do Amor. A nossa mensagem também é simples. Amar-vores uns aos Outros Como Elas vos Amam. Parece fácil. E é.






MATA DOS MEDOS

No reinado de D. João V (1706-1750) foi mandada semear, no topo da arriba, zona relativamente plana, a atualmente denominada Mata dos Medos ou pinhal do Rei com o objetivo de proteger a área agrícola interior da progressiva invasão dos medos (lê-se "médus") ou dunas. Classificada como Reserva Botânica em 1971, a mata estende-se por cerca de 5 km entre a Descida das Vacas e a Fonte da Telha ocupando uma superfície de 340 ha, nela se podendo observar belos exemplares de pinheiro-manso e de sabina-da-praia, que ali adquire porte arbóreo. No estrato arbustivo evidenciam-se a sabina da praia, a aroeira, o medronheiro e o carrasco. Alberga 3 endemismos lusitânicos (espécies que apenas existem naturalmente em Portugal continental) e 12 espécies endémicas da Península Ibérica. 

Implantada em dunas interiores de constituição antiga, a sua altitude varia entre os 60 m (na crista da arriba) e os 110 m (cabo da Malha).

A Mata dos Medos situa-se na plataforma superior da Arriba Fóssil da Costa da Caparica, nos concelhos de Almada e Sesimbra, ocupando uma faixa de 5 km ao longo da costa ocidental da península de Setúbal, perfazendo uma superfície de 338 hectares. Terá sido mandada instalar pelo rei D. João V, entre 1689 e 1750, para impedir o avanço das dunas ou medos para as terras agrícolas.  É atualmente o grande pulmão do concelho de Almada.
Foi classificada como Reserva Botânica em 1971, pelo decreto-lei n.º 444 771 de 23 de outubro, devido à riqueza florística apresentada.
 A mata apresenta grande riqueza e diversidade de espécies características do ecossistema de pinhal. Estão assinalados três endemismos lusitânicos e quinze ibéricos de elevado valor botânico.  É uma extensa área de pinhal, com pinheiros centenários e uma reserva botânica com espécies autóctones. O rosmaninho, a aroeira, a sabina-da-praia e o tomilho são alguns dos exemplares da flora que podemos facilmente encontrar.
Na fauna ainda existente, apesar da forte pressão urbanística, persistem algumas rapinas como a águia-de-asa-redonda, o açor, o peneireiro-cinzento e o peneireiro vulgar, bem como alguns exemplares noturnos, como o mocho-galego e a coruja das torres.  A lebre, o ouriço-cacheiro, a toupeira e ainda a raposa, o toirão, a geneta e o gato-bravo completam a lista da avifauna presente no maciço verde.
Algumas espécies de aves migratórias escolhem também a Mata dos Medos para nidificação. Durante todo o ano residem no pinhal o pica-pau-malhado-grande, a alvéola-branca, a poupa, o cuco, o pintassilgo, o pisco-de-peito-ruivo, o melro, a perdiz-comum, a pega-rabuda e a gralha.
Os anfíbios e os répteis estão também bem representados neste ecossistema costeiro. 
Na Mata dos Medos, como em muitas zonas protegidas de elevado interesse ambiental, estão previstos projetos que são alvo de várias críticas por parte de organizações ambientalistas do nosso país. Estas são zonas muito sensíveis que devem ser protegidas, as intervenções nelas realizadas têm de ser bem ponderadas, estudadas e avaliadas, sobrepondo-se a quaisquer interesses economicistas.
O investimento em programas de sensibilização da população permanente e sazonal deverá ser uma prioridade, para que se atribua mais valor à riqueza intrínseca que estas zonas representam. 
A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa da Caparica é visitada anualmente por centenas de milhares de pessoas, principalmente na época estival, na procura da orla marítima e do usufruto das matas nacionais.














O PROJECTO 

A Floresta (ou bosques e matagais mediterrânicos), esse lugar mágico que já existia antes da humanidade e que, por isso, começou por inspirar medo, exerce ainda hoje um fascínio que se adensa quanto mais nos afastamos dela, em direcção às cidades. E o que acontece quando é a cidade que se aproxima, perigosamente, da floresta? 

O projecto Árvores do Amor, pretende sensibilizar para a conservação e preservação da natureza e está associado a várias actividades neste âmbito, tais como, exposições de fotografia, palestras, workshops de fotografia de natureza, cursos de sobrevivência, actividades pedagógicas, música, organização de caminhadas e passeios pedestres.

Pretende partilhar uma nova visão de conservar a natureza, defendendo e valorizando os princípios de actuação que contribuem para o desenvolvimento de uma consciência e de uma cultura ambiental mais sustentável, incidindo, para isso, sobre um universo muito próprio: 
Os pinheiros mansos (Pinea pineas) da Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, parte integrante da Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, uma floresta que, dada a sua proximidade com Lisboa, tem tanto de rico e fascinante como de desconhecido por parte de quem a cruza para chegar às praias, das mais procuradas durante o Verão por razões óbvias. 
Detentora de uma fauna e flora riquíssimas, esta mancha florestal a escassos dez minutos da capital portuguesa está, porém, ameaçada pelo avanço urbanístico ditado por essa mesma proximidade. 
É, pois, urgente, que se despertem consciências. Mas nem sempre isso tem de ser feito pelas vias institucionais ou, sequer, tradicionais.







ZITO COLAÇO 

A ideia nasceu de um amor pela floresta de um habitante local. Mas também de um ímpeto criativo. Luís Alexandre dos Santos Colaço, ou Zito Colaço, como é conhecido profissionalmente, é Jornalista - Repórter fotográfico numa empresa prestigida. 
Nasceu, assim, um projecto para um livro Árvores do Amor. Imagens a preto e branco retratando as estranhas formas que os pinheiros mansos adquirem, dadas as características do local onde crescem (no topo de uma arriba junto ao mar e sujeitos à acção dos ventos), com poemas de Nuno Miguel Dias, jornalista de viagens, é uma obra gráfica. Mas o livro Árvores do Amor é também um guia, uma exposição de fotografias itinerante, um blogue e um filme. Extrínseco a esta vertente mais criativa, há, contudo, um conjunto de actividades pedagógicas que visam um público menos desperto para as artes, sensibilizando-o para a urgência de conservação deste lugar único: 
Passeios pedestres (como o que terá lugar no próximo dia 14 de Fevereiro) e workshops organizados no próprio local. 
Para além da sua preenchidíssima agenda laboral e do Projecto Árvores do Amor, Zito Colaço foi o criador do projecto Bilma - Comunicação e Natureza, Ao Pé do Mundo - Grupo de Caminhadas e Passeios Pedestres, faz cinema, dá formação de fotografia de Natureza, organiza caminhadas e passeios pedestres.


















PAISAGEM PROTEGIDA DA ARRIBA FÓSSIL DA COSTA DE CAPARICA

A Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica é uma área protegida criada em 1984 através do Decreto-Lei 168/84 de 22 de Maio, na sequência da instituição da Reserva Botânica da Mata Nacional dos Medos, em 1971. Abrange uma área total de 1570 hectares ao longo da arriba litoral Oeste da Península de Setúbal, estendendo-se pelo concelho de Almada e o de Sesimbra, na faixa litoral entre a Costa de Caparica (a Norte) e a Lagoa de Albufeira (a Sul), passando pelos Capuchos e a Fonte da Telha.

A arriba litoral da Costa de Caparica é denominada arriba fóssil não por serem fossilíferas as camadas de idade miocénica que compõem a sua maior parte, mas por já não se encontrar em contacto direto com o oceano, não sofrendo erosão marinha. As arribas ativas (ou arribas vivas), pelo contrário, como as que podem ser observadas a Sul da Lagoa de Albufeira ou no litoral de Cascais, são as que se encontram sob influência direta da erosão marinha, apresentando o perfil anguloso e o recuo típico deste tipo de arribas.

Nos estratos geológicos de idade miocénica que constituem a Arriba Fóssil podem encontrar-se vários exemplares de fósseis, sobretudo fósseis de organismos invertebrados marinhos, predominando os fósseis de bivalves, de gastrópodes e de equinodermes. Também podem ser encontrados fósseis de vertebrados, fundamentalmente fósseis de dentes de peixes miocénicos.

A área de Paisagem Protegida da Arriba Fóssil da Costa de Caparica, como seu nome indica, é uma zona protegida, onde a captura de animais e a recolha de plantas e de fósseis é proibida, sob pena de aplicação de sanções.

Integrados no seu perímetro situam-se a Mata dos Medos e o Pinhal da Aroeira, povoados por pinheiro manso com sabina-das-areias e aroeira.

O símbolo da PPAFCC corresponde a uma vieira (concha), nome comum dado ao género Pecten da classe Lamellibranchiata (classe de moluscos que incluem todos aqueles que possuem conchas bivalves, como as amêijoas, ostras, mexilhões, etc) dos invertebrados Phylum – Mollusca, nome comum Concha Vieira.





Fotografias Zito Colaço