terça-feira, 5 de junho de 2018

Campo Branco - Reserva da Biosfera da Unesco




Campo Branco - Reserva da Biosfera da Unesco

Se aprecia os grandes espaços abertos e se dedica à observação de aves, o Campo Branco será, para si, um local de eleição. Esta região é a mais importante zona de pseudo-estepe ou estepe cerealífera de Portugal, resultante do cultivo extensivo de cereais de sequeiro em regime de rotação com pousios. Da manutenção deste ecossistema depende a existência de muitas espécies de aves com estatuto de conservação desfavorável, como a abetarda, o peneireiro-das-torres, o sisão, o cortiçol-de-barriga-negra, o grou e o tartaranhão-caçador. Esta importância traduziu-se na sua integração na Rede Natura.

Para além da pseudo-estepe, podem observar-se outras unidades paisagísticas, com uma fauna diversificada. A sua observação está hoje muito facilitada pela sinalização de seis percursos pedestres, apoiados pela brochura "Percursos Pedestres do Campo Branco”, realizada pela associação Liga para a Protecção da Natureza (LPN). Como deverá proceder o viajante? Se quiser fazer um programa organizado de observação de aves, tem que marcar a visita no Centro de Educação Ambiental de Vale Gonçalinho - o coração das herdades que a LPN adquiriu no âmbito do projecto Castro Verde Sustentável -, com um mínimo de 7 dias de antecedência, por telefone, fax ou email. Se tem equipamento próprio e prefere passear sozinho, basta-lhe ir ao Posto de Turismo de Castro Verde e adquirir o livro de percursos. Mesmo sem marcação poderá visitar o Centro de Vale Gonçalinho e fazer o Percurso 6 "Vale Gonçalinho – Pereiras”.
Quanto às melhores épocas para fazer estes passeios, quase todos poderão fazer-se durante todo o ano, menos entre Julho e Setembro devido ao calor. Quem quiser assistir às exibições nupciais das abetardas machos, deverá optar pelos meses de Março e Abril.


Seja qual for o seu programa, visite o património e viva a peculiar atmosfera que caracteriza a vila de Castro Verde. 


Fotografias Zito Colaço

Penedo Gordo, São Brás de Alportel, Algarve, Portugal.


Elemento rochoso de avultado tamanho, o Penedo Gordo constitui um dos mais curiosos elementos do património natural do concelho de São de Brás de Alportel, com acesso pela estrada que faz a ligação entre São Brás de Alportel e o Peral (acesso à Zona Industrial, direcção - Pereiro, Moncarapacho). 

Segundo a sabedoria popular, este local foi durante muitos anos utilizado como ponto de encontro nos dias festivos da Pascoa e no Mês de Maio. Actualmente tem ficado no esquecimento da população local, sendo apenas recordado pelos mais idosos. Poderão subir ao topo do rochedo, sendo o acesso pela parte de atrás deste, tenham sempre em atenção que este tem 10 metros de altura. Cuidado se levar crianças.


Fotografias Zito Colaço

Chorão-das-praias, Carpobrotus edulis, Parque Natural Sintra-Cascais.

 Carpobrotus edulis, conhecida pelo nome comum de chorão-das-praias, é uma espécie de planta suculenta, rastejante, nativa da região do Cabo, na África do Sul. Cultivada como planta ornamental e pelo seu fruto comestível, em regiões com clima semelhante ao da sua área de distribuição natural, como o Mediterrâneo e partes da Austrália e Califórnia, escapou ao controle humano e tornou-se uma espécie invasora. A espécie foi anteriormente classificada com pertencente ao género Mesembryanthemum e ainda é por vezes comercializada sob esse nome.

 O Carpobrotus edulis é um caméfito suculento e rastejante, com longos caules escamosos que podem atingir vários metros de comprimento, enraizando nos nodos. Forma densos tapetes mono-específicos, particularmente em áreas arenosas e secas, preferindo taludes e outros terrenos declivosos. Pertencente à família Aizoaceae, C. edulis é uma das cerca de 12-20 espécies que integram o género Carpobrotus. C. edulis é vivaz e perene, apresentando crescimento durante todo o ano, com rebentos que podem crescer mais de 1 m por ano.[2] Foram encontradas plantas individuais que formaram um tapete com mais de 50 m de diâmetro.
As folhas são carnudas, apenas ligeiramente curvas, com ângulo dorsal serrilhado na parte distal,[3] de 40 a 80 mm de comprimento e de 8 a 17 mm de largura, secção triangular (formando um triângulo aproximadamente equilátero quando seccionadas perpendicularmente ao seu eixo principal) e ápice aguçado, verde brilhantes quando jovens, com laivos avermelhados quando envelhecidas, principalmente ao longo dos rebordos. As superfícies adaxiais e laterais são distintamente côncavas, particularmente em períodos de maior secura. Grandes células translúcidas à superfície das folhas jovens produzem uma superfície brilhante que se assemelha a folhas matizadas por geada (daí a planta ser conhecida por ice-plant, ou seja planta-do-gelo, em inglês).
As flores têm estaminódios semelhantes a pétalas, amarelos a purpurescentes. Os estames são numerosos (400 a 600), amarelos, agrupados em séries de 6 ou 7 unidades. Cada flor tem 8 a 10 estiletes livres sobre um ováriocónico, ligeiramente comprimido na sua parte basal e convexo no topo. Em cada flor, dois dos lobos do cálice são mais longos, prolongando-se para além das pétalas. O florescimento ocorre durante as estações mais quentes do ano, iniciando-se no final do inverno nas regiões mais quentes e no final da primavera em regiões menos ensolaradas. As plantas mantêm-se em flor até ao final do verão, por vezes até meados do outono, sendo comum as populações manterem-se em flor por vários meses.
fruto, popularmente designado por figo dada a sua semelhança com um sicónio, é comestível, passando de verde a amarelo ou avermelhado com o amadurecimento e produzindo um odor pungente quando esmagado. A produção de sementes é grande, com centenas de sementes produzidas por cada fruto.
Por ser morfologicamente muito semelhante, C. edulis é facilmente confundido com algumas das espécies filogeneticamente mais próximas de Carpobrotus, incluindo com a espécie Carpobrotus chilensis, mais pequena e ecologicamente menos agressiva, com a qual hibridiza facilmente.
C. edulis pode, contudo, ser distinguido da maioria das espécies próximas de Carpobrotus pela coloração das suas flores. As grandes e vistosas flores de C. edulis, com 2,5–6 mm de diâmetro, são amarelas ou rosado claro, enquanto as flores de C. chilensis são mais pequenas, com apenas 1,5-2,5 mm de diâmetro, e de coloração magenta


Fotografias Zito Colaço