quinta-feira, 29 de dezembro de 2016

Belver - Entre as árvores e os castelos


 Belver- Entre as árvores e os castelos
“Relembro o aconchego de uma felicidade doce de cada pedaço de caminho percorrido. Aqui senti-me a sonhar entre as árvores e os castelos, e o rio, fonte de serenidade, conduziu-nos nesta terra mística e esplendorosa. Quando o sol nasce para nós, não se pode recusar o mistério. O Outono andou de mão dada com os sorrisos e o encantamento típico de contos de fadas, presente em cada passo, e coloriu na nossa memória um quadro mágico da Saudade.”

Texto Ana Carina Sanches
Fotografias Zito Colaço










A árvore mais alta da Europa (73mt de altura) está na Mata Nacional de Vale de Canas, em Coimbra, e é um eucalipto.


Quando for grande quero ser como tu – O Eucalipto maior da Europa


Quando for grande quero ser como tu – O Eucalipto maior da Europa “Quando for grande quero ser como tu. Foi que senti perante a energia e o tamanho desmedido deste eucalipto que de forma singela apreciou o contacto direto. Estava frio, muito frio, mas ele subia ao alto e expandia um calor terno que me aqueceu a alma com paz e bravura. Foi como se falasse, através de um perfume morno, um dialeto de Amor congelado numa lama funda de cansaços e desencontros. Os silêncios frios ganharam cores quentes e o verde circundante brilhou com uma intensidade renovada, anunciando bons ventos. A vida voltou ao eixo, onde só o céu era o limite.”

Texto Ana Carina Sanches
Fotografias Zito Colaço




OLIVEIRA DO MOUCHÃO CONTA 3350 ANOS E É A MAIS ANTIGA DE PORTUGAL


Um agradecimento especial ao
Sr.António Louro / Rota das Oliveiras Milenares das Mouriscas

quarta-feira, 28 de dezembro de 2016

"Oliveira-Ralia" com 3.350 anos de histórias para contar...


Oliveira-Ralia “Dizem os filhos da Terra que esta Oliveira é Ralia, porque o proprietário do espaço onde ela vive, a doou a outro homem que ficou a ser o seu dono e cuidador. Mal eles sabiam que além de antiga esta alma era livre. A Oliveira decidiu viver para sempre, nas suas raízes escondidas em profundidades indizíveis, nos silêncios cheios de intensidade espelhados nas folhas verdes-acinzentadas que a contornam e elevam. E por dentro, um interior majestoso, com janelas amplas para o universo, numa solidão acompanhada de tudo o que existe e está por existir. A Oliveira permanece. A sua função principal é ser abrigo e memória. Agrega no seu tronco rústico o encantamento de épocas passadas, a energia dos segredos que nunca contou a ninguém, e o mistério dos milagres de quem sabe brilhar por dentro. É ralia mas não pertence a ninguém agora. Cabe-nos a nós devolver o carinho, o acolhimento, a presença. E aprender, como ela, a permanecer.”

Texto Ana Carina Sanches
Fotografias Zito Colaço






quarta-feira, 21 de dezembro de 2016

A àrvore que o meu pai plantou quando eu nasci ...





"Este foi um dia muito especial para mim. 
Fomos visitar a àrvore que o meu pai plantou quando eu nasci ... 
A semente da comunhão com a Natureza que floriu em mim em todas as estações da minha vida. Perguntei, 34 anos depois, como se chama esta àrvore mas a memória era só esta "uma àrvore esguia, cujos ramos não baixam, erguem-se acompanhando o tronco, e cresce muito". Eu também cresci muito e de braços erguidos, enraizando nas árvores e florestas, o melhor de mim"

Texto Ana Carina Sanches
Fotografias Zito Colaço

segunda-feira, 19 de dezembro de 2016

O regresso às descobertas das Árvores e das Pedras de Portugal, por Zito Colaço.


Em cima: Zito Colaço ao lado da "Árvore-ninho-da-águia" na Tapada das Sequóias em Sintra
Em baixo: Marco geodésico da Serra de São Luís no Parque Natural da Arrábida

28#I Love Trees Portugal - Junta-te a nós!

"Árvore-ninho-da-águia" na Tapada das Sequóias, na Serra de Sintra.

Àrvore-do-ninho-da-àguia
Há momentos de cortar a respiração, que se aninham na nossa alma como se fossemos renascer em cada voo que o olhar alcança. Lugares carregados de magia e esplendor, de asas graciosas que imprimem liberdade em cada sopro de vida selvagem. Este ninho, dádiva divina recheada da surpresa do encontro de quem acha o tesouro antes de receber o mapa da viagem para o procurar. Encantamento Puro. Amor em transparência, gratidão profunda a planar na eternidade de cada segundo.”


Texto Ana Carina Sanches
Fotografia Zito Colaço

27#I Love Trees Portugal - Junta-te a nós!


Pinheiro manso “Não foste manso a crescer e a expandir essa magnitude de espírito que espalhas nos meus olhos que prendes. És majestoso e silencioso na tua voz grave que ecoa vertical na memória ancestral do universo. Manténs a postura dramática de quem sabe cair sem se perder. De quem resiste, com requinte, às armadilhas da vida, às visitas fortuitas da morte, há imensidão dessa dança entre o céu e a terra, o ir e o ficar, o ser ou o permitir que sejam por nós. És seguro de ti, reto nas metas que desejas, mesmo nas curvas que fazem parte do teu percurso. Estás em paz e ai reside a tua mansidão. És arte e poesia, paz e força, magia suave nessa forma robusta e firme de seres gigante. Frenesim sereno de muitas vidas contidas num rebuliço que te adivinho por dentro. Fonte de inspiração e ligação profunda ao meu ser. Gratidão”.

O maior Pinheiro-manso da Margem Sul do Tejo em Azeitão.
Fotografia Zito Colaço

26#I Love Trees Portugal - Junta-te a nós!



“Paixão. Casa. Abrigo.

Existe aquela atração imediata quando uma àrvore nos convida a entrar no seu interior. Quando o nosso corpo pertence ao tronco que nos acolhe, envolve e nos devolve a nós mesmos. Quando uma àrvore nos toca a alma, e tocam melodias de outras vidas, numa explosão de alegria irrecusável, incontrolável e deliciosa. Quando há sussurros de outras almas milenares, fora do tempo, dentro do momento presente e de todas as pequenas e preciosas partículas de que são feitos os sonhos…”




“Prazer. Entrega. Fusão.

Os vínculos na natureza soltam as amarras que aprendemos de fora para dentro. As àrvores milenares arrancam de nós o melhor que trazemos por dentro, deixam fluir a vida, encostam-se a nós como quem agarra a garra que por fora, corre sempre o risco de extinção. Fica instalado o sentimento de pertença. O laço. A vontade de ficar. O toque, a mistura do que somos e do queremos ser. Evidencia-se a sinergia dos apegos e da liberdade em perfeita harmonia. O mundo natural que envelhece em cada um, ano após ano, renasce como as fadas, em cada riso que é despertado em nós, no colo da floresta.”



“Amor. Tranquilidade. Compromisso.  A relação com a floresta é para sempre. Vem de sempre e está sempre presente. Caminho pela cumplicidade de cada dia que acrescenta, em cada passo, uma altura crescente, traduzida em novas perspetivas. Sabedoria de quem, com raízes antigas, persiste em ficar inteira e fiel à sua essência. A estrutura sólida sustém as ameaças inevitáveis da selva humana que nos caracteriza. Crescemos e a dimensão dos sentires e dos significados do que sentimos transforma-se numa maturidade tranquila que assume ser o que é. Àrvores que emanam palavras, as secretas, as que de tão preciosas, cristalizam e às vezes quebram na sua fragilidade e brilho próprio. Fé. Esperança que mesmo quebradas as palavras fluam em ramos que se entrelaçam e se apoiem, sem ferir. Que o Amor possa florescer em todos os mil anos que se repetem nestes momentos soltos e genuínos da Natureza.”
Textos Ana Carina Sanches
Fotografias Zito Colaço