sábado, 20 de setembro de 2025

Fonte da Moura, Castro Verde.

Lenda da Fonte da Moura

Conta a lenda que, em tempos, um grupo de cavaleiros liderado por D. Afonso Henriques, viajava já há muitos dias pelos campos. Cheios de sede, os cavaleiros procuravam água. No caminho, encontraram uma jovem moura fugitiva e perguntaram-lhe se sabia onde encontrar alguma fonte nas redondezas.

Ela respondeu-lhes que a fonte ficava muito longe daquele lugar. Em tom de desafio, acrescentou que se o Deus dos cristãos era assim tão poderoso, então que fizesse nascer ali mesmo uma fonte. Talvez assim ela até se convertesse ao cristianismo.

D. Afonso Henriques desceu do cavalo e retirou-se para rezar. De repente, ouviu-se um barulho e um jato de água límpida e fresca formou um pequeno regato. Os cavaleiros ajoelharam-se perante o milagre e a jovem moura prometeu dedicar a sua vida ao Deus cristão.

A fonte ficou para sempre conhecida como a Fonte da Moura.







Ribeira de Cobres

Afluente da margem direita do rio Guadiana.

Nasce a sul de Almodôvar e tem uma extensão de 75 quilómetros.
Na ribeira de Cobres existe a barragem de Apariça, a maior da região de Castro Verde.

A confluência com o Guadiana dá-se a montante do Pulo do Lobo, uma queda de água, num desnível de 15 metros, provocada pelo estreitamento súbito das duas margens do rio Guadiana.








 Fotografias Zito Colaço

domingo, 14 de setembro de 2025

"Oliveira de Cobres".

O rio passa ao lado de uma árvore, cumprimenta-a, alimenta-a, dá-lhe água...
e vai em frente, dançando. 

 Ele não se prende à árvore.


A árvore deixa cair suas flores sobre o rio em profunda gratidão,
e o rio segue em frente.


O vento chega, dança ao redor da árvore e segue em frente.
E a árvore empresta o seu perfume ao vento... 


E a árvore empresta o seu perfume ao vento...


 
Se a humanidade crescesse,
amadurecesse, essa seria a maneira de amar.

Fotografias Zito Colaço

domingo, 7 de setembro de 2025

Criança interior.


 A criança interior representa o nosso lado mais intuitivo, criativo e espontâneo, que carrega as emoções, experiências e padrões da infância, tanto positivos quanto negativos. Ao longo da vida adulta, ela influencia a forma como percebemos o mundo e nos relacionamos, e pode manifestar-se através de necessidades não atendidas, traumas emocionais ou dificuldades em expressar sentimentos. Cuidar da criança interior envolve reconhecer e validar essas vivências, prestando atenção às feridas e necessidades não atendidas para promover a cura e o desenvolvimento de uma vida mais autêntica e com relacionamentos saudáveis. 

Como a Criança Interior se Manifesta na Vida Adulta

Relações difíceis:

Dificuldade em estabelecer limites, dependência emocional ou padrões de relacionamento disfuncionais. 

Comportamentos impulsivos:

Ações desreguladas ou comportamentos que buscam atenção externa de forma excessiva. 

Identidade difusa:

Sensação de não se conhecer profundamente, não saber o que se precisa ou quais são os próprios desejos e sentimentos. 

Perfeccionismo e autossabotagem:

Tendência ao perfeccionismo, dificuldades em lidar com erros e uma constante busca por validação. 

Emoções reprimidas:

Reações exageradas a críticas ou rejeições mínimas, que podem ter origem em traumas da infância. 

Como Cuidar e Curar a sua Criança Interior

1. Acolhimento:

Reconhecer e validar as emoções e experiências da infância, oferecendo suporte à sua criança ferida, em vez de tentar suprimi-la. 

2. Diálogo interno:

Estabelecer um diálogo sincero consigo mesmo para identificar e questionar os padrões de comportamento e crenças disfuncionais. 

3. Espontaneidade:

Permitir-se viver com mais espontaneidade, brincar, rir e se divertir, reavivando a alegria e a curiosidade da infância. 

4. Representação simbólica:

Utilizar um objeto simbólico, como um brinquedo ou foto, para representar a sua criança interior e manter essa conexão no dia a dia. 

5. Autocuidado:

Proporcionar a si mesmo o que lhe dá prazer e alegria, como uma massagem ou uma nova experiência, para nutrir essa parte de si. 

6. Busca por apoio profissional:

Procurar um terapeuta para criar um ambiente seguro, processar traumas e ajudar na regeneração da sua criança interior. 

À sombra de uma azinheira...


Da família Fagaceae, a azinheira é um carvalho de folha persistente que pode alcançar 12 m de altura, com uma copa ampla, densa e arredondada que pode atingir 25 m de diâmetro.

As folhas são alternas, simples, elípticas, espessas, coriáceas, com margem lisa ou espinhosa, cobertas por um feltro acinzentado na página inferior.

A floração ocorre entre março e abril. As flores masculinas são amarelas e formam amentilhos; as flores femininas verde-acinzentadas e peludas dão lugar a pequenas bolotas no verão.

O fruto, bolota, tem uma cúpula em forma de dedal coberta por pequenas escamas quase planas.


É a árvore mais comum no Sul de Portugal. Originária do sul da Europa, é uma árvore espontânea em quase toda a Bacia do Mediterrâneo. Localiza-se em bosques e matagais perenifólios, de clima mediterrânico, frequentemente como dominante (azinhais). Suporta sítios secos e todo o tipo de solo, sendo mais predominante no interior do país.


A azinheira é uma das árvores usadas em montado. O montado é um sistema agro-silvo-pastoril muito comum no Alentejo, sendo um ecossistema de origem humana que reúne pastorícia, agricultura e floresta.


Esta árvore tem estatuto de proteção pelo Decreto-Lei nº.169/201 de 25 de Maio.



De todas as espécies de Quercus, a azinheira é o carvalho que produz as bolotas mais doces, sendo por isso ancestralmente utilizadas em farinha para misturar com o trigo e outros cereais para o fabrico de pão. As bolotas torradas e moídas são também usadas como sucedâneo do café. Talvez por serem tradicionalmente utilizadas na alimentação dos porcos montanheira, o uso da bolota na alimentação humana foi decaindo ao longo dos últimos séculos, estando atualmente a ser lentamente retomado, nomeadamente como alternativa nutricional para pessoas com intolerância ao glúten. Segundo a Associação Portuguesa de Nutrição, a bolota possui elevado valor nutricional, é rica em fibra e proteína e possui um perfil de lípidos semelhante ao azeite. Apresenta importantes compostos antioxidantes podendo ser uma “alternativa” nutricional para pessoas intolerantes ao glúten.




Espiritualmente, a azinheira pode ser associada a símbolos de resiliência, força, proteção e vida eterna, devido à sua natureza sempre-verde e às suas raízes profundas e fortes. Na tradição de Fátima, uma azinheira específica tem um significado histórico e religioso profundo, sendo um local de peregrinação e um testemunho das aparições marianas. 


  • Conexão com a Natureza:
    A azinheira pode ser vista como um canal para a energia da Terra, um ponto de conexão com a espiritualidade da natureza e com os espíritos das árvores e bosques. 


  • Caminhos de Peregrinação:
    A sua presença em locais sagrados, como em Fátima, a torna um marco espiritual, um ponto de referência na jornada de fé e uma inspiração para a fé. 


Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade

Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena

Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade

Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena

À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira

Grândola a tua vontade.

Zeca Afonso

Fotografias Zito Colaço

Felizes


 Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço que a minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência.

Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise.
Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história.
É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma.
É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida.
Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta.
Augusto Cury

Fotografia Zito Colaço

"Árvore e a Ovelha" .


A expressão "árvore e a ovelha" pode referir-se ao quadro "Árvore, vaca e ovelha"(1814), de Johan Christian Dahl, que retrata uma paisagem bucólica, ou a uma metáfora, onde a árvore representa a árvore genealógica e a ovelha, a ovelha negra, a busca por realização e novos caminhos, mesmo num contexto de confronto com tradições familiares, como sugere Bert Hellinger em textos sobre constelação familiar.
Bert Hellinger usa a imagem de ovelhas (ovelhas negras) em relação a uma árvore genealógica para simbolizar a rebeldia e a força necessárias para trazer novas flores e ramos à árvore.
Além disso, a relação entre uma ovelha e uma árvore pode ser interpretada literalmente, pois as ovelhas podem roer a casca de árvores em busca de minerais ausentes na sua dieta, uma indicação de deficiência de sódio, cobalto ou fósforo, que pode ser corrigida com suplementação mineral.



Fotografias Zito Colaço
 

sábado, 6 de setembro de 2025

Zeus

Zeus é o pai dos deuses, que exercia a autoridade sobre os deuses olímpicos na antiga religião grega. 

É o deus dos céus, raios, relâmpagos que mantêm a ordem e justiça na mitologia grega. Seu equivalente romano é Júpiter, enquanto seu equivalente etrusco é Tinia; alguns autores estabeleceram seu equivalente hindu como sendo Indra.

Filho do titã Cronos e de Reia, Zeus é o mais novo de seus irmãos; na maior parte das tradições é casado, primeiro com Métis, gerando a deusa Atena e, depois, com Hera, embora no oráculo de Dodona, sua esposa seja Dione, com quem, de acordo com a Ilíada, ele teria gerado Afrodite.

É conhecido por suas aventuras eróticas, que frequentemente resultavam em descendentes divinos e heroicos, como Atena, Apolo e Ártemis, Hermes, Perséfone (com Deméter), Dioniso, Perseu, Héracles, Helena de Troia, Minos, e as Musas (de Mnemosine); com Hera, teria tido Ares, Ênio, Ilítia, Éris, Hebe e Hefesto.

Como ressaltou o acadêmico alemão Walter Burkert em seu livro Religião Grega, "mesmo os deuses que não são filhos naturais de Zeus dirigem-se a ele como Pai, e todos os deuses se põem de pé diante de sua presença. Para os gregos, era o Rei dos Deuses, que supervisionava o universo. Nas palavras do geógrafo antigo Pausânias, "que Zeus é rei nos céus é um dito comum a todos os homens. 

Na Teogonia, de Hesíodo, Zeus é responsável por delegar a cada um dos deuses suas devidas funções. Nos Hinos Homéricos ele é referido como o "chefe dos deuses".

Seus símbolos são o raio, a águia, o touro e o carvalho. Além de sua clara herança indo-europeia, sua clássica descrição como "ajuntador de nuvens" também deriva certos traços iconográficos das culturas do Antigo Oriente Médio, tais como o cetro. Zeus frequentemente foi representado pelos antigos artistas gregos em duas poses diferentes: numa, em pé, apoiado para a frente, empunhando um raio na altura de sua mão direita, erguida; na outra sentado, numa pose majestosa. Havia muitas estátuas erguidas em sua honra, das quais a mais magnífica era a sua estátua em Olímpia, uma das sete maravilhas do mundo antigo. Originalmente, os Jogos Olímpicos eram realizados em sua honra.

 

Em grego, o nome do deus é Ζεύς, Zeús, AFI: [zdeús] (nominativo : Ζεύς, Zeús; vocativo : Ζεῦ, Zeû; acusativo: Δία, Día; genitivo: Διός, Diós; dativo: Διί, Dií). 

Na Civilização Minoica, Zeus não era cultuado pela população geral, mas apenas em pequenos cultos minoritários que o viam como um semideus que acabara sendo morto. Os primeiros registros de seu nome estão no grego micênico, nas formas di-we e di-wo, escritas no silabário Linear B.

Zeus, referido poeticamente pelo vocativo Zeu pater ("Ó, pai Zeus"), é uma continuação de *Di̯ēus, o deus proto-indo-europeu do céu diurno, também chamado de *Dyeus ph2tēr ("Pai Céu").

 Este mesmo deus é conhecido por este nome em sânscrito (Dyaus/Dyaus Pita), latim (Júpiter, de Iuppiter, do vocativo proto-indo-europeu *dyeu-ph2tēr), que é derivado da forma básica *dyeu- ("brilhar", e em seus diversos derivados — "céu", "deus").

 Já na mitologia germânica o paralelo pode ser encontrado em *Tīwaz > alto germânico antigo Ziu, nórdico antigo Týr, enquanto o latim também apresenta as formas deus, dīvus e Dis (uma variação de dīves), do substantivo relacionado *deiwos.

 Para os gregos e romanos, o deus do céu também era o deus supremo. Zeus é a única divindade do panteão olímpico cujo nome tem uma etimologia tão evidentemente indo-europeia.


Zeus desempenhava um papel dominante, presidindo sobre o panteão olímpico da Grécia Antiga. 
Foi pai de muitos heróis, e fazia parte de diversos cultos locais. Embora o "ajuntador de nuvens" homérico fosse um deus do céu e do trovão, como seus equivalentes orientais, também era o supremo artefato cultural; de certa maneira, era a encarnação das crenças religiosas gregas, e o arquétipo da divindade grega.

No neoplatonismo, a figura de Zeus familiar à mitologia grega é associada ao Demiurgo, ou Mente (nous) Divina. Especificamente dentro da obra de Plotino, Enéadas, e na Teologia Platônica, de Proclo.

Fotografias Zito Colaço

"Almas gêmeas".

Almas gêmeas são pessoas com quem se tem uma conexão profunda, harmônica e espiritual, que podem ser parceiros românticos, amigos, familiares ou mentores, e cujo encontro serve para o crescimento e evolução pessoal. A crença nas almas gêmeas tem origens na filosofia grega antiga e na cabala, e a ideia central é a busca pela "outra metade" ou um parceiro predestinado que complementa a vida. Embora a ficção as idealize como parceiros perfeitos, na realidade, elas trazem desafios que promovem o autoconhecimento e a maturidade.

O filósofo Platão, em seu diálogo "O Banquete", introduziu a ideia de que os seres humanos eram originalmente seres andróginos, divididos ao meio por Zeus e que buscam a sua outra metade.


A tradição cabalística descreve as almas gêmeas como duas metades de uma mesma alma, criadas para se polarizar e equilibrar, e que se reencontram para auxiliar na jornada espiritual.


Características de uma alma gêmea

Conexão Profunda:
Há uma afinidade, confiança e uma sensação de familiaridade ou de já conhecer a pessoa. 

Propósito de Crescimento:
A alma gêmea não existe apenas para o amor romântico, mas para ensinar e apoiar o indivíduo em seu desenvolvimento pessoal e espiritual. 

Harmonia e Equilíbrio:
A relação é caracterizada por um amor profundo e equilibrado, que traz paz e compreensão. 


 Almas gêmeas na vida real

Múltiplas Almas Gêmeas:
Uma pessoa pode ter várias almas gêmeas ao longo da vida, em diferentes formas, como um amigo, familiar, mentor, ou parceiro romântico. 

Foco na Evolução:
A relação com uma alma gêmea não é isenta de desafios, mas sim uma oportunidade de crescimento e autoconhecimento para ambos os indivíduos. 

Realismo vs. Idealização:
É importante não confundir a figura da alma gêmea com a ideia de um parceiro "perfeito", já que a realidade exige comunicação aberta e esforço para manter um relacionamento saudável. 

Fotografias Zito Colaço

sexta-feira, 5 de setembro de 2025

"Sonhar com Boi Branco".

"Sonhar com boi branco" simboliza pacificidade, pureza e prosperidade na sua vida. Em sonho, a presença de um boi branco traz bons presságios à vida do sonhador, indicando que uma fase de boas oportunidades e a vivência de momentos felizes perdurará na sua vida.

No geral, sonhar com boi representa força, dedicação e futuro reconhecimento por seu esforço. Portanto, se você sonhou com boi branco, essa interpretação é potencializada, por causa da cor do animal. Assim, esse sonho significa que em breve passará por uma fase de crescimento pessoal e de muita tranquilidade.

Outro significado geral desse sonho é a tradução de seu comportamento frente aos desafios do dia a dia, expressando que você tem tido foco, maturidade e autoconhecimento o bastante para conseguir superar qualquer que seja a dificuldade. 

Fotografias Zito Colaço

Obrigado Parente

António José Colaço



quinta-feira, 10 de julho de 2025

O "Milagre do Campo Branco".

O "Milagre do Campo Branco" em Castro Verde refere-se à beleza cênica e à biodiversidade da região, especialmente durante a primavera, quando as planícies se cobrem de flores e aves migratórias. Além disso, o local está associado à Batalha de Ourique e à Fonte dos Milagres, elementos históricos e culturais que enriquecem a experiência da visita. 

O que é o Milagre do Campo Branco:

O termo descreve a paisagem vibrante e colorida das planícies de Castro Verde, com destaque para a concentração de aves e a flora diversificada, especialmente na primavera.

A área é palco da lendária Batalha de Ourique, um evento crucial na história de Portugal.

A região abriga a Fonte dos Milagres, um local de significado histórico e cultural, onde a história e a crença se entrelaçam. 

O que fazer em Castro Verde:

A região é um paraíso para observadores de aves, com a presença de espécies raras e migratórias. 

O Centro de Cycling de Castro Verde oferece percursos de gravel que permitem explorar a área de bicicleta, com opções que se conectam com municípios vizinhos. 

Explore os sabores da região, incluindo o borrego do Campo Branco e pratos tradicionais como folhados de gila, queijadas de requeijão e popias. 



 Descubra a Fonte dos Milagres e outros locais de interesse histórico e cultural, desfrutando da paisagem natural. 

O Milagre do Campo Branco, portanto, é uma experiência que combina beleza natural, história e cultura, convidando os visitantes a explorar as planícies de Castro Verde e suas riquezas. 

Fotografias Zito Colaço