Erva anual rasteira de flores semelhantes a um malmequer, amarelas na margem e negras no centro.
ERVA-GORDA
A Arctotheca calendula é uma espécie pertencente à familia botânica das Asteraceae ou Compositae, fácilmente reconhecível pela sua flor característica, tipo malmequer.
É uma planta muito vistosa, infelizmente também uma terrível invasora. Esta planta é nativa da África do Sul mas foi introduzida acidentalmente ou com fins ornamentais noutras regiões entre as quais, Australia, Nova Zelandia, Peninsula ibérica e Estados Unidos onde se naturalizou com grande rapidez e onde é agora considerada uma invasora muito difícil de erradicar.
Em Portugal é proibido o seu cultivo ou uso como planta ornamental pois apresenta um comportamento invasor manifesto sendo uma espécie muito perigosa para os ecossistemas naturais nomeadamente os sistemas dunares. Esta planta reproduz-se com grande facilidade e rapidez pois não só lança grandes quantidades de sementes que perduram no tempo, como também produz estolhos subterrâneos que formam novas plantas. Desta forma ocupa os espaços de forma exagerada, abafando as plantas nativas. Vale a pena recordar que se entende como “espécie invasora” uma espécie suscetível de, por si própria, ocupar o território de uma forma excessiva, em área ou em número de indivíduos, provocando uma modificação significativa nos ecossistemas.
A Arctotheca calendula, vulgarmente conhecida por Erva Gorda, é uma planta herbácea de pequena envergadura, de ciclo anual, sem caule ou com caules folhosos deitados sobre o solo, desenvolvendo-se a partir de uma roseta basal.
As folhas são de cor verde escuro, dispostas de forma alternada e divididas em segmentos até meio do limbo, com o segmento terminal arredondado e muito maior que os laterais. A página superior das folhas tem pelos finos que são muito mais densos e moles na página inferior, formando um feltrado esbranquiçado dificilmente é visível à vista desarmada.
As inflorescências dispõem-se em capítulos solitários com 3 a 5 cm de diâmetro, no topo de longos pedúnculos, peludos e sem folhas.
As flores do disco são negro-esverdeadas. As flores marginais do disco são estéreis apresentando lígulas amarelas mais pálidas na parte superior e com laivos púrpura na parte dorsal. As flores do interior do disco são tubulares e hermafroditas.
Este conjunto é protegido por um invólucro de brácteas dispostas em varias linhas imbricadas, as externas herbáceas com margem membranosa seca, as internas completamente membranosas e secas e terminando em ângulo obtuso.
Os frutos são cipselas, isto é, frutos secos com uma só semente e formados por uma parte basal, o aquénio, que está provido de pequenos ganchos densamente lanosos para favorecer a sua adesão ao pelo dos animais, e de um ápice plumoso, o papilho, geralmente em forma de guarda-chuva, o que facilita a dispersão pelo vento. Esta planta vive preferencialmente em locais húmidos mas também ocupa zonas arenosas e áridas, florescendo de março a junho.
Fotografias Zito Colaço