Fotografias Zito Colaço
O Parque Natural da Arrábida (PNArr), com cerca de 17.653 ha, sendo aproximadamente 5.000 de área marinha, assenta num pequeno maciço calcário que cai sobre o mar em falésias de grande porte - o Píncaro, no topo da serra do Risco atinge 400 m de altitude - a sugerirem uma muralha diante do Atlântico recortada por pequenas enseadas e escondendo pequenas nesgas de areia. Deve o seu nome à serra da Arrábida (alt. máx. 501 m)., cuja cordilheira inclui as serras do Risco, de S. Luís, dos Gaiteiros, do Louro e de S. Francisco. Há 180 milhões de anos, quando esta cadeia montanhosa se começou a formar, esta área estava submersa. A morfologia atual é resultante de violentos fenómenos ligados à tectónica e à erosão.
O coberto vegetal caracteriza-se pela presença de associações florísticas mediterrânicas com destaque para o maquis - sub-bosque da antiga floresta - e a garrigue - matagal baixo - que representam um conjunto botânico relevante. Nas encostas abrigadas viradas a sul, o maquis adquire aspeto arbóreo originando as matas do Vidal, do Solitário e Coberta (todas de Proteção Total - acesso apenas para determinados fins e com autorização prévia). Numerosa e variada flora e fauna escondem-se no Parque Marinho Professor Luiz Saldanha. A ocupação humana é atestada por vestígios pré-históricos, o sedutor convento da Arrábida, assentos de lavoura e conjuntos de arquitetura erudita e popular. Queijo de Azeitão, moscatel de Setúbal e mel da Arrábida são outros tantos sabores a acrescentar aos muitos que a serra oferece. Soberbas vistas sobre o mar e uma pequena enseada decalcada de um bilhete postal, o Portinho, completam um quadro de grande valor paisagístico.
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