O encontro com a Natureza relembra-me de que não existimos enquanto entidades separadas do planeta e do universo, apesar de vivermos com essa presunção. O encontro com as árvores recorda-me a perfeição da matéria de que somos feitos, da lei da vida e da morte, das capacidades de ser raíz, de ser projeto, de ser forte, de ser flexível, de contemplar, de existir sem julgar, de proteger, de inspirar! O encontro com a floresta lembra-me do medo do escuro, do medo da luz mas também da resiliência perante as tempestades.
O encontro com a Natureza também é o reencontro com a natureza humana, colectiva e individual. É o regresso à nossa natureza selvagem, à nossa natureza original, à nossa verdadeira natureza. Não é por acaso que utilizamos a palavra natureza para o planeta e para a nossa forma de ser, que às vezes deixamos que se perca em prol da sociedade.
Sensibilizar para a conservação da Natureza não é ser solidário com uma causa nobre, filantropo ou caridoso. É reconhecer que fazemos parte dela e que ela faz parte de nós, que somos responsáveis pelo mundo em que vivemos, que somos uma ínfima parte mas também uma parte gigante se nos unirmos.
Zito, cada vez que mobilizas uma pessoa que seja para partilhar esta tua paixão, esta cresce e chega mais longe. É contagiante. Cada vez que uma porta se fecha, ela fecha depois de te ouvirem. A semente fica lá. O resto é com a Natureza... Como sempre.
Texto Rita Nobre Luz
Fotografias Zito Colaço