Da família Fagaceae, a azinheira é um carvalho de folha persistente que pode alcançar 12 m de altura, com uma copa ampla, densa e arredondada que pode atingir 25 m de diâmetro.
As folhas são alternas, simples, elípticas, espessas, coriáceas, com margem lisa ou espinhosa, cobertas por um feltro acinzentado na página inferior.
A floração ocorre entre março e abril. As flores masculinas são amarelas e formam amentilhos; as flores femininas verde-acinzentadas e peludas dão lugar a pequenas bolotas no verão.
O fruto, bolota, tem uma cúpula em forma de dedal coberta por pequenas escamas quase planas.
É a árvore mais comum no Sul de Portugal. Originária do sul da Europa, é uma árvore espontânea em quase toda a Bacia do Mediterrâneo. Localiza-se em bosques e matagais perenifólios, de clima mediterrânico, frequentemente como dominante (azinhais). Suporta sítios secos e todo o tipo de solo, sendo mais predominante no interior do país.
A azinheira é uma das árvores usadas em montado. O montado é um sistema agro-silvo-pastoril muito comum no Alentejo, sendo um ecossistema de origem humana que reúne pastorícia, agricultura e floresta.
Esta árvore tem estatuto de proteção pelo Decreto-Lei nº.169/201 de 25 de Maio.
De todas as espécies de Quercus, a azinheira é o carvalho que produz as bolotas mais doces, sendo por isso ancestralmente utilizadas em farinha para misturar com o trigo e outros cereais para o fabrico de pão. As bolotas torradas e moídas são também usadas como sucedâneo do café. Talvez por serem tradicionalmente utilizadas na alimentação dos porcos montanheira, o uso da bolota na alimentação humana foi decaindo ao longo dos últimos séculos, estando atualmente a ser lentamente retomado, nomeadamente como alternativa nutricional para pessoas com intolerância ao glúten. Segundo a Associação Portuguesa de Nutrição, a bolota possui elevado valor nutricional, é rica em fibra e proteína e possui um perfil de lípidos semelhante ao azeite. Apresenta importantes compostos antioxidantes podendo ser uma “alternativa” nutricional para pessoas intolerantes ao glúten.
Espiritualmente, a azinheira pode ser associada a símbolos de resiliência, força, proteção e vida eterna, devido à sua natureza sempre-verde e às suas raízes profundas e fortes. Na tradição de Fátima, uma azinheira específica tem um significado histórico e religioso profundo, sendo um local de peregrinação e um testemunho das aparições marianas.
- A azinheira pode ser vista como um canal para a energia da Terra, um ponto de conexão com a espiritualidade da natureza e com os espíritos das árvores e bosques.
- A sua presença em locais sagrados, como em Fátima, a torna um marco espiritual, um ponto de referência na jornada de fé e uma inspiração para a fé.
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
O povo é quem mais ordena
Dentro de ti, ó cidade
Dentro de ti, ó cidade
O povo é quem mais ordena
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada esquina um amigo
Em cada rosto igualdade
Grândola, vila morena
Terra da fraternidade
Terra da fraternidade
Grândola, vila morena
Em cada rosto igualdade
O povo é quem mais ordena
À sombra duma azinheira
Que já não sabia a idade
Jurei ter por companheira
Grândola a tua vontade.
Zeca Afonso
Fotografias Zito Colaço
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